domingo, dezembro 28, 2008

2009

Um bom ano de 2009 para todos. Eu por mim, vou estar a trabalhar a noite de 31 para 1. Também nunca gostei de passagens de ano. Pelo menos é o que tenho dito a mim próprio na última semana. Há lá maneira mais bonita de entrar em 2009 do que a dormir numa espécie de maca, com um walkie talkie ao lado, a ser acordado de 5 em 5 minutos para vender guronsans? Não há pois não?
Por isso tomem lá esta musiquinha de Beirut (original de Jacques Brel, que eu sou um gajo mega culto), e vemo-nos outra vez algures no frio de Janeiro.

terça-feira, dezembro 23, 2008

A morte de um iPod

Fui hoje à Worten ver se sacava umas promoções de DVDs.
Estou eu a pagar as excelentes promoções de porno a 3,99 euros, quando ouço alguém a reclamar na assistência técnica:

Pessoa: Meu Deus, ainda bem que ainda estão abertos. O meu iPod..ele...eu não sei...o meu Ipod MORREU!
Vendedor:Hum..como?
Pessoa: Eu desconectei-o do PC e quando o fui ligar ele não emitia nada. Nem uma luzinha, nem um sonzinho...nada!!!! (Ar de desespero). Por favor ajude-me ele tem apenas 3 meses!!! Não sei viver sem ele!!


Instintivamente pus a mão ao bolso e liguei o meu José Bernardo (nome de baptismo do meu iPod querido) só para ter a certeza que estava bem. Ele assentiu, e mandou-me uma luzinha de conforto, enquanto lhe fazia umas festinhas na barriga e percorria a minha lista.
Sei lá, podia haver um vírus qualquer que andasse a atacar os iPods da zona. Ele tem apenas um ano, ainda é um bébé, com o sistema imunitário por amadurecer. Se ele adoecesse o que seria da minha vida?
Com jeitinho voltei a colocá-lo no bolso, e hoje à noite vou rezar muito para que a criança..perdão...iPod daquela pessoa melhore rapidamente.
Só quem os tem, é que sabe as preocupações que dão.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Momentos de crise

Quarta feira. 8 da manhã.
Robene e o seu amigo L. acordam cedinho, e metem-se a caminho do Staples Office Centre, para aproveitar mega promoções de tecnologia. Robene anseia por um iPod touch 32 gigas por 99 euros. L. anseia por...bem...qualquer pechincha em que meta as mãos.
Chegados ao Staples deparam-se com uma guerrilha urbana. Milhares, talvez milhões de pessoas estão já à porta da loja, algumas desde as 5 da manhã. Robene e L. apercebem-se que esta vai ser uma corrida fodida. Munidos de soqueiras e tasers, Robene e L. furam pela multidão, sem ter pena das velhinhas com bengalas em busca de discos rígidos a 29 euros para os netinhos.
A loucura impera no Staples. Tristemente Robene apercebe-se que havia apenas um iPod fabuloso (mas que merda de promoções são estas?)e que esse já estava nas mãos de algum pássaro madrugador. Este não é o seu momento de glória.
L., á custa de repetir incessantemente aos ouvidos do vendedor «DÁ-ME UM DISCO EXTERNO, DÁ-ME UM DISCO EXTERNO, DÁ-ME UM DISCO EXTERNO, DÁ-ME UM LEITOR DE MP3, DÁ-ME UM LEITOR DE MP3, DÁ-ME UM LEITOR DE MP3» e de pontapear e espezinhar pessoas mais baixas consegue o que quer e sai de lá todo satisfeito.

Algures no ar ouve-se a música de Vangelis.
Desta vez não houve prémios para o segundo lugar.

sábado, dezembro 13, 2008

Sampaio strikes again

Daniel Sampaio, famoso psiquiatra juvenil e irmão do ex bêbado do nosso ex presidente da República Jorge Sampaio, escreveu outro livro.
Este chama-se «A razão dos avós». Depois de escrever sobre pais, professores, jovens suicidas e sobre o João Adelino Faria, suspeito que o próximo livro dele será sobre a importância dos primos em quinto grau emigrados na França no estado de espírito do adolescente comum.

Não desgosto do Daniel Sampaio. Na verdade é um sacana muito inteligente. Em todos os seus livros o Sampaio limita-se a escrever aquilo que basicamente toda a gente já sabe: O adolescente é complicado como o caralho. Basicamente o gajo tem é um parlapié do caralho. «Os adolescentes têm caracterísricas comuns entre si e ao mesmo tempo são todos diferentes». A sério Daniel? E essa merda levou-te quanto tempo de pesquisa? Eu estou atónito com esta tua conclusão.
Na verdade o Sampaio podia escrever um livro chamado «a minha merda é castanha» e mesmo assim ter dez capítulos e 365 páginas de dissertação sobre o assunto. E ia vender na mesma.

Na verdade eu não falo sem conhecimento de causa. Quando tinha treze anos, o Kurt tinha morrido e eu estava bué de deprimido e cheio de prisão de ventre. Precisava de alguma coisa que me ajudasse a arrear o calhau. Decidi então comprar um livro do Daniel Sampaio. Nos livros dele todos os adolescentes são tristes, têm um rol infindável de problemas e acabam inevitavelmente por se matarem. A culpa é sempre dos pais, que estão fora a trabalhar, ou dos professores que lhes dão más notas (injustamente, coitados).
Eu tenho uma teoria diferente.
Eu acho que todos os adolescente que se matam, foi por terem lido um livro do Daniel Sampaio.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

A minha prenda de Natal

Vejo que a wikipedia organiza uma angariação de fundos. O objectivo é chegarem aos 6 milhões de dólares.Para quê? Para continuarem a espalhar conhecimento.
Aqui no xarope vou dar início a uma acção semelhante. O objectivo é chegar aos 600 euros. Para quê? Para eu poder comprar um iPhone 16 gigas.
Em breve disponobilizarei o meu nib. Espero conseguir o dinheiro em menos de uma semana estão a ouvir?

O sorriso das empadas de galinha

Chegou outro filme adaptado de livros de Nicolas Sparks. Este chama-se: «O sorriso das estrelas».
Isso mesmo: «O sorriso das estrelas».

(momento de pausa, para reflectir um pouco. Este é um título que leva o seu tempo a digerir)

Eu já me imagino, a chegar ao cinema, e a pedir: eu quero um bilhete para «o sorriso das estrelas». Nisto o empregado mete-me de quatro e sodomiza-me com um balde de pipocas (salgadas), enquanto eu tento alcançar a minha pochette cor de rosa, para ligar do meu telemóvel Hello Kitty e pedir ajuda aos bombeiros.
Esta situação é obviamente muito pouco provável (tirando a parte do telemóvel da hello kitty), uma vez que eu sou um gajo que só vai ver o 007 e coisas super intelectuais como «Este país não é para velhos», onde adormeço mal o Javier Bardem aparece com uma merda de matar vacas e eu topo logo o a seca que vai ser outro filme dos irmãos Cohen.
Mas voltando ao Nicolas.
Este gajo é um homem que ganha a vida a enganar as pessoas. Por pessoas leia-se mulheres nos 40's, divorciadas, a tomar prozac e com vibradores em várias cores e feitios.

Nos seus romances (dos quais eu apenas leio a contracapa), há sempre uma pobre mulher infeliz, cornuda e frígida, que subitamente encontra o amor da sua vida, um homossexual recalcado que decide ter filhos. Ai não é bem isto? Leiam lá esta sinopse...

Andrienne Willis é uma mulher forte e [...ligeiramente frígida...], depois de o marido a ter abandonado por uma mulher mais nova [ou seja é cornuda]. Agora, passados mais de quinze anos, a sua filha Amanda precisa desesperadamente da sua ajuda: a morte do marido esta a conduzi-la para o abismo [das drogas pesadas]. Nesse momento, Andrienne resolve contar-lhe o seu mais profundo e íntimo segredo. Tudo acontecera há catorze anos [...blábláblá...] Adrienne, já com quarenta e cinco anos[velha, portanto], ainda não conseguira reconstruir a sua vida. Até que,durante um fim-de-semana,parte para Rodanthe [Roquê?onde?]a fim de tomar conta da estalagem de uma amiga enquanto esta estivesse fora.Uma forte tempestade aproxima-se e Andrienne recebe [...blábláblá...zzz] Paul Flanner, um prestigiado médico de cinquenta e quatro anos, cheio de dúvidas[acerca da sua sexualidade] e problemas de consciência [disfunção eréctil]. E é então que, quando menos espera, nasce um amor que irá para sempre mudar as suas vidas ...


Ok, as partes entre [] foram inclusão minha, mas de certeza que é isto que o Nicolas queria escrever.
Meu Deus, volta Margarida Rebelo Pinto que estás perdoada.
Por favor estúdios de todo o mundo. Não gastem mais dinheiro em «Palavras que nunca te direi» ou «O diário da nossa paixão». Deixem os livros da Susanna Tamaro em lares de terceira idade, que é onde pertencem. Ninguém lê Isabel Allende na verdade. Os livros dela servem só de prenda de Natal para familiares afastados, que por sua vez os oferecem no ano a seguir às empregadas de limpeza.

Por favor. Não obriguem mais namorados incautos a terem de suportar estas sessões de tortura. Parem de adaptar estas coisas ao grande ecrã.